Cirurgia de Bichectomia: O Que Dentistas Precisam Saber

Cirurgia de Bichectomia: O Que Dentistas Precisam Saber

A bichectomia é uma cirurgia estética que remove as bolas de Bichat, visando afinar o rosto. Realizada por dentistas com especialização em harmonização orofacial, é indicada para quem deseja um rosto mais esculpido ou enfrenta problemas funcionais. Contudo, possui contraindicações, como infecções e doenças cardíacas severas, e pode acarretar complicações como hemorragias e infecções, que são tratáveis. O processo de recuperação dura cerca de três meses, com resultados visíveis a partir da segunda semana.

A cirurgia de bichectomia, cada vez mais popular entre famosos e pessoas que buscam um rosto mais fino, é um procedimento que tem atraído o interesse de muitos. Para dentistas que atuam com harmonização orofacial, é essencial estar atualizado sobre essa técnica, garantindo a segurança e satisfação dos pacientes. Neste artigo, abordaremos os aspectos fundamentais da bichectomia que todo profissional deve conhecer.

O que é a cirurgia de bichectomia?

A bichectomia é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção das chamadas bolas de Bichat, que são massas de gordura localizadas nas bochechas. Essas estruturas ficam entre os músculos masseter e bucinador e foram nomeadas em homenagem ao anatomista francês Marie François Xavier Bichat, que as descobriu.

Embora as bolas de Bichat tenham um papel importante durante a infância, principalmente auxiliando na sucção durante a amamentação, elas perdem sua função na vida adulta. Em adultos, essas estruturas não têm um propósito funcional, estrutural ou de sustentação, tornando-se, portanto, alvo de remoção para fins estéticos.

O procedimento de bichectomia tem como objetivo principal afinar o rosto, proporcionando um contorno facial mais definido. É uma cirurgia relativamente simples, mas que requer precisão e habilidade por parte do cirurgião-dentista, especialmente para evitar complicações e garantir um resultado harmonioso.

Além do aspecto estético, a bichectomia pode ser indicada para corrigir problemas funcionais, como o hábito de morder as bochechas, que pode causar lesões e desconforto. Assim, a cirurgia deve ser sempre avaliada caso a caso, considerando as necessidades e expectativas do paciente.

Bichectomia: dentistas podem fazer o procedimento?

Bichectomia: dentistas podem fazer o procedimento?

A questão sobre se dentistas podem realizar a bichectomia é frequentemente levantada, especialmente porque a harmonização orofacial, que inclui a bichectomia, é um campo relativamente novo na odontologia. Desde 2019, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) reconhece a harmonização orofacial como uma especialidade odontológica, permitindo que dentistas realizem a técnica de remoção das bolas de Bichat, desde que atendam a determinados requisitos.

Para realizar a bichectomia, o dentista deve ter especialização em harmonização orofacial, que exige uma carga horária mínima de 500 horas, divididas entre disciplinas de concentração, conexas e obrigatórias. Na área de concentração, são essenciais disciplinas como preenchedores faciais, toxina botulínica, fios orofaciais, e outros procedimentos relacionados à estética facial.

Além disso, a formação deve incluir conhecimentos em anatomia da cabeça e pescoço, histofisiologia, farmacologia e técnicas de fototerapia facial. Essa formação abrangente garante que o dentista esteja apto a realizar a bichectomia com segurança e eficácia, respeitando as particularidades anatômicas e funcionais de cada paciente.

Assim, enquanto a bichectomia é permitida para dentistas, é crucial que os profissionais busquem a formação adequada e sigam rigorosamente os protocolos estabelecidos para evitar complicações e assegurar resultados satisfatórios para os pacientes.

Indicações e contraindicações da bichectomia

A bichectomia é indicada principalmente para pessoas que se sentem insatisfeitas com o volume das bochechas, buscando um rosto mais fino e definido. O procedimento pode ser benéfico em casos onde há um aumento clínico do volume das bochechas ou para corrigir defeitos intrabucais, como fístulas buco-sinusais usadas em enxertos. Além disso, é indicada para pacientes que têm o hábito de morder internamente as bochechas, causando lesões e desconforto.

É importante que o profissional responsável pela avaliação do paciente tenha um olhar clínico apurado para determinar se o volume das bochechas é realmente devido às bolas de Bichat ou se há outras causas, como hipertrofia do masseter ou depósitos de gordura. A avaliação correta evita frustrações com o resultado e garante que o procedimento atenda às expectativas do paciente.

Quanto às contraindicações, a bichectomia não é recomendada para pacientes em tratamento de radioterapia ou quimioterapia, pessoas com infecções locais ou sistêmicas, cardiopatias severas, imunossupressão, coagulopatias, nefropatias, trismo mandibular, gestantes e menores de idade. Esses fatores podem aumentar o risco de complicações durante e após a cirurgia.

Portanto, uma avaliação criteriosa e individualizada é essencial para determinar a viabilidade da bichectomia, garantindo que o procedimento seja seguro e eficaz para cada paciente.

Técnicas cirúrgicas para retirada da gordura de Bichat

Técnicas cirúrgicas para retirada da gordura de Bichat

A bichectomia é um procedimento cirúrgico que, apesar de ser considerado relativamente simples, requer precisão e conhecimento técnico por parte do cirurgião-dentista.

A cirurgia começa com a administração de anestesia local, aplicada na parede interna das bochechas. Em seguida, é feita uma pequena incisão de 1 a 2 centímetros na mucosa bucal.

Com o auxílio de instrumentos como a tesoura metzembaum ou a pinça hemostática, o cirurgião realiza a divulsão das fibras até alcançar o corpo adiposo de Bichat. Esse tecido é então cuidadosamente pinçado e removido. É importante destacar que, na maioria dos casos, as bolas de Bichat não são completamente retiradas. O objetivo é remover apenas a extensão bucal, responsável pelo efeito de “blush” no rosto.

Durante o procedimento, o cirurgião deve estar atento para evitar lesões em estruturas adjacentes, como nervos e vasos sanguíneos, que são abundantes na região. A técnica exige destreza e cautela para minimizar riscos de complicações, como hemorragias ou danos a ductos salivares.

Além disso, a cirurgia pode ser adaptada para corrigir assimetrias faciais, removendo quantidades diferentes de tecido entre as bochechas, quando necessário. No entanto, essa decisão deve ser cuidadosamente planejada e discutida com o paciente, considerando os resultados estéticos desejados.

Complicações relacionadas à cirurgia para diminuir bochecha

Embora a bichectomia seja geralmente segura, como qualquer procedimento cirúrgico, ela pode apresentar complicações.

As complicações mais comuns incluem hemorragias e infecções locais, que podem ser tratadas com laserterapia e terapia medicamentosa. No entanto, em casos raros, podem ocorrer danos aos ductos salivares ou aos nervos faciais, resultando em paralisia ou dormência temporária em partes do rosto.

Outra complicação que pode surgir é a formação de seroma, um acúmulo de líquido nos espaços vazios entre os tecidos. Embora o seroma não seja uma infecção, ele pode causar inchaço e demora de duas a três semanas para ser reabsorvido pelo corpo. O uso de curativos compressivos pode ajudar a reduzir o espaço entre os tecidos e acelerar a drenagem do líquido.

A complicação mais grave é o abscesso, que resulta de uma infecção oportunista. Nesse caso, o uso de antibióticos é essencial, mas é importante identificar a bactéria responsável antes de prescrever o tratamento adequado. O acompanhamento pós-operatório é crucial para identificar e tratar rapidamente qualquer complicação que possa surgir.

Em muitos casos, as complicações estão relacionadas a técnicas inadequadas ou manipulação excessiva das estruturas delicadas da região. Portanto, é fundamental que o cirurgião-dentista seja bem treinado e siga rigorosamente os protocolos de segurança para minimizar os riscos e garantir a recuperação tranquila do paciente.

Conclusão

Em suma, a bichectomia é um procedimento que, quando realizado por profissionais qualificados, pode trazer resultados estéticos significativos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

No entanto, é crucial que o cirurgião-dentista esteja bem preparado, tanto em termos de conhecimento teórico quanto de habilidades práticas, para lidar com as nuances do procedimento e qualquer complicação que possa surgir.

A avaliação criteriosa do paciente, a compreensão das indicações e contraindicações, e a execução precisa da técnica são essenciais para o sucesso da cirurgia.

Além disso, o acompanhamento pós-operatório cuidadoso garante que o paciente tenha uma recuperação tranquila e que os resultados sejam duradouros.

Portanto, para dentistas que desejam incorporar a bichectomia em sua prática de harmonização orofacial, investir em formação contínua e seguir as diretrizes estabelecidas pelos órgãos reguladores é fundamental.

Assim, é possível oferecer um serviço seguro, eficaz e que atenda às expectativas dos pacientes, promovendo a saúde e a estética facial.

FAQ – Perguntas Frequentes sobre Bichectomia

O que é a bichectomia?

A bichectomia é uma cirurgia que remove as bolas de Bichat, gordura localizada nas bochechas, para afinar o rosto.

Dentistas podem realizar a bichectomia?

Sim, desde que tenham especialização em harmonização orofacial e sigam as diretrizes do Conselho Federal de Odontologia.

Quais são as indicações para a bichectomia?

É indicada para pessoas insatisfeitas com o volume das bochechas ou que têm problemas funcionais, como morder as bochechas.

Quais são as contraindicações para a bichectomia?

Pacientes com infecções, cardiopatias severas, em tratamento de câncer ou gestantes não devem realizar o procedimento.

Quais complicações podem ocorrer após a bichectomia?

Podem ocorrer hemorragias, infecções, danos a nervos ou ductos salivares, além de seromas e abscessos.

Qual o tempo de recuperação após a bichectomia?

A recuperação completa leva cerca de três meses, mas os resultados começam a aparecer a partir da segunda semana.